Família Kumm

Aos poucos fotografamos o mundo

›› Expedições ›› Expedição Projeto Atacama I

Partida: 12/07/2005 - Retorno: 17/07/2005

Expedição realizada em duas etapas devido problemas de saude na família, primeira parte foi o norte da Argentina retornamos para despedirmos de uma pessoa muito especial, após seguimos nosso caminho para o deserto Atacama.

SAN MIGUEL DE TUCUMÁN - VALLE DE TAFI - SAN MIGUEL DE TUCUMÁN

Data: 15/07/2005 22:00:00 - Kilometragem 283Km

Saímos de San Miguel de Tucumã as 8h da manha, numa temperatura de 12ºC, com tempo nublado em direção a Valle de Tafí. Utilizaremos a ruta 38 e a ruta 307.

Chegamos ao Valle de Tafí as 10h da manha, numa temperatura de 22ºC a menos do que ontem, os termômetros do Valle que ficam a 2400 metros de altitude marcam 7ºC, tivemos rapidamente de trocar as roupas, pois o frio começou a apertar. Começamos a subir em direção as ruínas de Quilmes, derrepente começou a sair uma fumaça branca e densa do capo do carro, estávamos exatamente a 2760 metros de altitude, numa temperatura de -1ºC, sabíamos que não era o motor, pois sua temperatura estava normal. Walfredo achou que foi o turbo que fundiu, ele pegou o extintor de incêndio e diparou por todo motor do carro.

Decidimos que eu ficaria no carro e ele iria buscar socorro. Durante as duas horas que fiquei no carro sozinha não parei de pensar no meu pai, e o que poderia fazer para ajuda-lo a pensar de outra forma, pois seus pensamentos estão muito dirigido a doença e parece que quanto mais ele fala pior fica. A angustia que sinto é muito grande, acho que o projeto vai ter que ser adiado mesmo. Passou muitos carros por mim, enquanto aguardava o Walfredo voltar, mas nenhum parou para perguntar se precisavam de ajuda ou se necessitavam alguma coisa, era como se não estivéssemos ali. O povo daqui não é nada solidário, principalmente com brasileiros.

Depois de duas horas parou um golf em frente ao carro, achei estranho e desembarquei do carro, quando vi era o Walfredo saltando. Ele encontrou uma oficina, mas o mecânico disse que só poderia olhar o carro as 14:30. era para descer o morro com o carro, pois pior já havia acontecido e se o carro pegar era para leva-lo.

Descemos os 10 km com muito cuidado pois não se via quase nada por causa da neblina numa tensão muito grande pois a rodovia alem de ser bonita era muito perigosa, e mais a preocupa de não estragar mais o carro. Paramos na oficina e fomos almoçar numa cantina que havia ali perto de nome El Mangrullo. Tínhamos esquecido que as carnes da Argentina eram bem servidas e pedimos uma para mim (milaneza a napolitana) e outra para o Walfredo (assado), uma batata frita, a comida era boa, mas a esperteza do garçom nos deixou com raiva, pois pedimos uma batata e ele colocou duas e cobrou duas é claro. Sobrou muita comida.

Saímos do restaurante e fomos para oficina ver o mecânico, ali ficamos até as 15h e nada dele, decidimos ir embora sem mecânico mesmo, pois se ele desceu até ali iria até a próxima cidade. Chegamos na outra cidade procuramos um mecânico que falou sobre uma oficina em San Miguel de Tucumán, achamos que dava para ir e fomos. Tinhamos que descer mais 2600 mts numa estençao de 30 km, numa estrada que lembra muito a rodovia rio do rastro numa mistura com a do corvo branco em Santa Catarina, so que um pouco mais perigosa pois em algumas curvas so passa um carro.

Depois de perguntar para várias pessoas sobre uma oficina, que fica numa cidade com mais de um milhão de habitantes numa sexta feira as 19h tivemos a indicaçãos de outra oficina AR Mecânica 4X4, que fiica na rua Frias Silva 40

rias ficamos esperando um longo tempo pelo dono, que só chegou as 20h. O Ariel (dono) escutou o motor da nossa camionete e disse que o motor estava perfeito e o turbo também, que o fogo não tinha sito dali. Mexeu de um lado e de outro, deu uma volta e disse que era a embreagem, e acertou ela estava toda queimada, e muito quente. A triste noticia veio depois que só iria poder concertar o carro no outro dia ja era 23h, pois não tinha as peças necessárias. Perguntamos a ele se poderíamos ficar na oficina dormindo dentro do carro, e ele disse que sim.

Saímos para jantar e quando voltamos a esposa do Ariel, a Luciana, disse que havia feito a nossa cama e que dormiríamos em sua casa que ficava dentro da oficina. Não queríamos dar trabalho e dizemos que ficaríamos em nossa cama no carro, eles olharam acharam interessante e depois de conversamos um pouco fomos dormir. Ariel tem três filhinhas, uma de 1 ano chama-se Íris, outra de 4 anos Sofia e por último a mais conversadeira e simpática a Camila que ficou muito interessada no português que nunca havia escutado. Camila tem 6 anos e quer ir ao Brasil colocar um piercing no umbigo.

Dormir dentro de um oficina mecânica nunca tinhamos imaginado, mas valeu aos novos amigos que fizemos, eles são muito legais, melhor dizer são pessoas especiais que merecem nossa retribuição. O melhor nisso tudo são os desafios e as pessoas que passamos a conhecer e a criar vínculos de amizade. Como poderíamos achar uma oficina no meio de uma cidade imensa e acabar tornando amigos. Acho que já estava escrito nas estrelas. 

<< Primeira | | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | | Última >>

Voltar
  • Facebook
  • Facebook
  • Twitter
  • Twitter
  • Twitter

 

 




familiakumm@yahoo.com.br +55 (48) 99655-2507
SITE com ARTE
Restrito